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Paraná perde uma grande referência cultural

Fernanda Deslandes

Divulgação
Presidente da Academia Paranaense de Letras morre aos 71 anos.

Um apaixonado por cultura, grande especialista em história, formado em engenharia civil, pecuarista e filho de ex-prefeito. Essa soma de conhecimentos fez de José Carlos Veiga Lopes, 71 anos, presidente da Academia Paranaense de Letras (APL), vice presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e grande ídolo dos principais pesquisadores e escritores do Estado.

Veiga Lopes foi vítima de um infarto fulminante e morreu no último domingo, em casa, no bairro Água Verde, em Curitiba. O corpo foi sepultado no Cemitério Parque Iguaçu, sob os olhares tristes de amigos e familiares. Até dezembro, quando acontece uma nova eleição na APL, a vice presidente Chloris Justen assume o cargo.

O amigo de Veiga Lopes, Anthony Leahy, presidente da Editora Instituto Memória, acredita que o Paraná perdeu uma grande referência. “Ele era um historiador completo, um homem de cultura vasta, que conheceu o mundo todo. Era uma pessoa que sempre ajudava os outros desinteressadamente, desde estudantes a historiadores”, ressalta.

Ele lembra que o amigo tinha na fazenda Butuquara, nos Campos Gerais, um museu com representação de artesanato popular de todos os lugares do Brasil onde levava quem tivesse interesse em conhecer, gratuitamente.

Nesta fazenda, o cronista de O Estado do Paraná, Dante Mendonça, empossado na APL em julho, descobriu um lado diferente de Veiga Lopes. “A primeira vista, ele realmente parecia um sujeito sério, compenetrado, o engenheiro civil. Ele era como todo curitibano, que quando se conhece melhor se descobre que é uma pessoa muito simpática, muito bem humorada. Eu gostava muito dele e o admirava muito. Foi uma pena... perdemos um quatrocentão, representante das famílias tradicionais do Paraná”, lembra.

Renovação

No comando da APL, Veiga Lopes iniciou uma era de renovações. “Ele estava atraindo nomes de peso para a academia, projetando-a no cenário nacional”, frisa Anthony.

Um exemplo disso foi a posse do maringaense Laurentino Gomes, empossado em setembro, que tem forte representatividade nacional entre escritores e historiadores depois da publicação dos livros 1808 e 1822, que contam detalhes da vida da família real no Brasil.

Para ele, perder Veiga Lopes foi um choque. O presidente foi responsável por toda a organização do evento de posse de Laurentino. “Ele foi uma pessoa que me ajudou muito em Curitiba, uma grande descoberta humana. Ele resolveu tudo da posse para mim com uma gentileza muito além do que eu imaginava”, lamenta.

De acordo com ele, a importância de Veiga Lopes para o Paraná vai muito além dos livros publicados, como Sapecada -Contos regionalistas dos Campos Gerais e Superagui - Informações históricas. “Ele honrou a tradição da academia. A minha chegada e a de Dante estão finalizando um novo perfil de intelectual dentro da APL graças a ele”, afirma.


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