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Vou de Bueno e Dalton, por Célio Heitor Guimarães

PARANÁ ONLINE - O ESTADO DO PARANÁ (27/07/2008)

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Vou de Bueno e Dalton, por Célio Heitor Guimarães

Em mais de sessenta anos de vida e quarenta de atividade pública, jamais fui filiado a partido algum. A não ser ao glorioso Partido Acadêmico Renovador, nos tempos universitários, e ao não menos glorioso Clube Atlético Paranaense, na época em que havia futebol no Brasil. Agora, estou tentado a atender a convocação de Dante Mendonça, presidente do PDU (Partido da Utopia).

Não apenas por conhecer a seriedade do comandante Mendonça, mas também, e sobretudo, pela qualidade dos candidatos definidos pela sigla para o pleito municipal que se avizinha: Wilson Bueno, o preclaro trovador da Boa Vista e o venerável Dalton Trevisan, vampiro das madrugadas curitibanas. Com Bueno e Dalton, Curitiba seria outra.

E nós também.

Já durante a campanha tudo será diferente. Ao invés da cansativa ladainha dos buscadores do voto popular pela tevê, Wilson Bueno recitará os clássicos e também os populares, alguns de sua própria autoria, sob a proteção celeste de um trio santificado de dimensão insuperável: São Leminski, São Jamil e São Karam. Em compensação, Dalton Trevisan se manterá calado, não participará de comícios e não concederá entrevistas.

Depois de eleitos, Bueno recuperará a alegria de Curitiba, perdida após o recolhimento do animado Raphael Greca de Macedo ao exílio requianista sem qualquer correlação entre ambos, é claro. Já anunciou que uma de suas metas principais é a criação da Secretaria do Riso, com o propósito não apenas de institucionalizar a graça da política local, mas também o tradicional bom-humor curitibano. Dalton continuará em obsequioso silêncio, agindo, como de costume, nas sombras.

Outra obra do novo alcaide poderá ser o relançamento da revista Nicolau a melhor publicação cultural que esta parte da civilização já conheceu, depois de Joaquim, de Dalton, e que acabou sendo consumida pela inveja e ignorância dos (des)animadores culturais do último mandato lerneriano. Evidentemente, Joaquim ressurgirá em nova fase, integrado aos novos tempos. Muito provavelmente, se chamará Lalau (ou Quinzinho) e terá na direção o mestre da charge e do chiste Luiz Antônio Solda.

Soube que a dupla Bueno-Dalton, confiante na vitória, já está pensando na formação da futura equipe de governo. Quer dizer: Wilson e Dante se desincumbem de tão importante tarefa, posto que Dalton ainda não emitiu um pio sequer. Longe de mim atrever-me a dar palpite, mas creio que não poderão ser esquecidos nomes como Jaguara, aquele animador de velórios, descoberto por Dante lá em Guarapuava. Outro “quadro” indispensável seria o Nêgo Pessoa, andarilho militante e conhecedor-mor, de todos os buracos e desníveis das calçadas curitibanas.

Para a Casa da Memória, ninguém melhor do que o “curitibaiano” Anthony Leahy, um conterrâneo de Jorge Amado que conhece a história e as estórias de Curitiba mais que todos os curitibanos de berço reunidos.

Com Wilson Bueno e Dalton Trevisan o Palácio 29 de Dezembro deixará de lado aquele ar de seriedade e será rebatizado de Palacete dos Tico-Ticos, que se situa atualmente na Edmundo Mercer, onde residem o nosso trovador e o seu sossego, e uma inestimável prática será recuperada: as tertúlias d’antanho, sempre às cinco da tarde, em homenagem à poetisa flamenca Conchita de Las Flores, tendo como patronos os inolvidáveis Vasco Taborda Ribas e Helena Kolody.

Curitiba terá, também, como já anunciado pelos candidatos (ou por um deles, já que o vice, como se sabe, é mudo), o seu Chatódromo, obra de primordial importância, onde serão recolhidos, já no primeiro dia da nova gestão, “os jovens envelhecidos pela ignorância”, os velhos incapazes de retornar à infância, “os professores da des-inteligência”, autores de livros de auto-ajuda e todos aqueles que “empresteiam” esta outrora fulgurante Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. Promessa de campanha.

Olha, Dante, estou me entusiasmando com a idéia. PDU neles!


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