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Hermenêuticas da introspecção: questões de filosofia e teologia. Joaquim José de Moraes Neto

Autor: Joaquim José de Moraes Neto
Páginas: 176 pgs.
Ano da Publicação: 2017
Editora: Instituto Memória
De: R$ 75,00 - por: R$ 50,00

SINOPSE

Temos a honra de prefaciar a obra 'Hermenêuticas da introspecção: questões de filosofia e teologia', que vem a público no primeiro trimestre de 2017. Trata-se de mais um grande feito do autor, renomado professor de filosofia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), notável pensador, estudioso, empenhado e sagaz, que há muito, sem descanso, debruça-se sobre o recôndito dos assuntos humanos.

Principiando pela distinção entre fé e religião, o leitor perceberá no capítulo inaugural a razão pela qual o homem – impulsionado pela angústia do seu destino inexorável: a morte – depara-se com a dualidade entre ele mesmo e o mundo. Esse é o quadrante da dualidade corpo e alma juntamente aos consectários sofrimentos que a religião impõe ao homem. No mesmo contexto, imaginação e fuga ligam-se estritamente, mas é pela fé – não pela religião – que o homem enfrenta a si no plano imanente. Esse é o ponto de ligação com o capítulo seguinte.

No segundo capítulo, o livro apresenta uma importante crítica à razão instrumental teológica que cria um 'deus' à imagem e semelhança do homem para forjar uma realidade almejada por nós e fugir da realidade como ela é. Nesse passo, o autor dialoga com não poucos importantes expoentes do pensamento ocidental, dentre eles estão Hegel, Kant, Nietzsche, além de uma série de autores modernos para concluir que é a fé que emancipa o homem do jugo da religião.

Autobiográfico que é, o livro perpassa grandes e importantes momentos da vida do autor, especialmente no particular da conversão. Com Hegel, no terceiro capítulo, o leitor perceberá o poder emancipatório da fé na experiência vivida pelo autor. A conversão é a experiência mística do soltar-se a (um abandonar-se para) Deus.

No quarto capítulo, o autor oferece uma reflexão sobre uma razão instrumental do homem moderno, que não só construiu máquinas e engrenagens, mas se viu semelhante a elas. Na sociedade pós-Revolução Industrial tudo é meio para um fim determinado. O Deus da religião é um deus instrumental. Ele é meio para um determinado fim: a satisfação do eu.

Arrimado em Levinas e Derrida, o quinto capítulo cuida do rompimento da subjetividade em direção à alteridade, entendida esta como diferença pura que se manifesta e quebra o sujeito em sua subjetividade. ‘Outro’ é aquele que leva o sujeito a ir além de si mesmo. A abertura para o outro, para diferente, rende ensejo à ética da hospitalidade e à forma de ação dessa ética na relação eu-fé, outro-Deus.

No capítulo seguinte, o autor trata da fenomenologia como uma forma de crítica ao dualismo corpo e alma em relação ao sujeito e objeto. Esse dualismo é visto como uma criação cristã, que teve uma influência neoplatônica e que, por sua vez, chegou à modernidade com a oposição sujeito e objeto. Todavia, tal concepção é desafiada pelo autor a partir de conceitos da fenomenologia como 'intencionalidade'. Se toda consciência é consciência de alguma coisa, então não existe o sujeito puro, só existe o sujeito enquanto pensamentos de alguma coisa. O sujeito é para o mundo, está voltado para o mundo, não está para além do mundo. Com Merleau-Ponty, o autor tece pensamentos sobre o corpo, elemento que liga o sujeito ao mundo, tornando-os inseparáveis.

Depois, no sétimo capítulo, retomando a concepção da relação alma e corpo para os gregos, o autor demonstra que eles tinham uma concepção essencialmente dualista da relação corpo e alma. Nessa perspectiva, corpo é uma coisa negativa, que deve ser superado pela alma. Tal noção negativa, entretanto, influenciou a concepção hebraica da relação corpo e alma. O autor aponta uma leitura da concepção hebraica não dualista da alma, no sentido de que entre o corpo e alma há relação de continuidade (concepção monista). Vislumbra-se com clareza no capítulo a superação da concepção dualista da relação corpo e alma para devolver ao homem sua integralidade.

No último capítulo, o autor prossegue na análise do capítulo anterior, porém sob a perspectiva da antropologia paulina, demonstrando – pelo método etimológico e hermenêutico – que a dualidade corpo e alma não existe em São Paulo, o qual, quando fala de uma superação da carne, quer significar, a bem da verdade, uma superação do homem apegado aos valores do passado, voltado para o futuro, para a esperança.

Por derradeiro, o autor retoma a questão da modernidade enquanto promessa de emancipação do homem, buscada desde tempos imemoriais. Frustrado restou o projeto neoplatônico do homem enquanto ser dividido entre a finitude (corpo) e a infinitude (alma). O livro é um irrecusável convite ao despego de nós mesmos a título de verdadeira emancipação.

No mais, diga-se que o nobre Professor Joaquim José de Moraes Neto ostenta vasta qualificação acadêmica. Além de graduado em Teologia e em Etnologia pela Université Catholique de Paris (1978), também o é em Filosofia pela Universidade de Passo Fundo (1979). Depois da especialização em antropologia filosófica (1980), o autor obteve, nos idos de 1981, o grau de Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, bem como de Doutor na mesma área pela Universidade Estadual de Campinas (1996). Hodiernamente, aposentado da Universidade Estadual de Londrina (UEL), leciona no Centro Universitário Filadélfia (UNIFIL).

Como se pressente, o leitor tem nas mãos obra de qualidade que vale a pena ser lida e apreciada de corpo e alma!

Lucas Antonio Saran

Mestre em filosofia (UEL)

Rogério Cangussu Dantas Cachichi

Juiz Federal no Estado do Paraná

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Não é a academia pela academia, mas a academia para a comunidade, a academia para a sociedade.

Prof. Dr. Ilton Garcia da Costa

É com imensurável alegria que temos a oportunidade de lançar um segundo prefácio à obra Hermenêuticas da introspecção: questões de filosofia e teologia, tecida a ouro e fio pelo sempre límpido e erudito professor doutor Joaquim José de Moraes Neto, cuja presença no Grupo de pesquisa CERTOS (UENP) a todos encanta.

O Grupo de pesquisa em Constituição, Educação, Relações de Trabalho e Organizações Sociais – GP CERTOS constitui um dos grupos de pesquisa dos programas de doutorado e mestrado em direito da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). Formado em 2011 e registrado no CNPq, o grupo tem por objeto estudos nas áreas de constituição, educação, relações de trabalho e organizações sociais, bem como em campos afins como política, filosofia, sociologia, antropologia, democracia, inclusão social, terceiro setor, parcerias públicos privadas, integração regional, meio ambiente, serviços públicos, história, tecnologia. Conta com vários pesquisadores de todos os níveis: graduação, especialização, mestrado e doutorado, bem como o apoio de profissionais do direito e de outras áreas: juízes, advogados, membros do Ministério Público, historiadores, matemáticos. Trata-se, como se vê, de grupo que valoriza a interdisciplinariedade. Pelo grupo inúmeras obras coletivas foram publicadas e eventos realizados.

Por seu turno, em sua vasta erudição, a obra do emérito Professor Joaquim José de Moraes Neto materializa-se em preciosidade que, com rara felicidade, muito enriquecerá não só individualmente a cada participante do projeto, desde o estudante novato ao professor mais experiente, senão também ao grupo coletivamente considerado. Ao amigo Prof. Joaquim, nosso mais sincero e penhorado agradecimento.

Ilton Garcia da Costa

Líder GP CERTOS.

Professor dos programas de doutorado e mestrado em direito da UENP

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Joaquim J. de Moraes Neto ostenta vasta qualificação acadêmica. Além de graduado em Teologia e em Etnologia pela Université Catholique de Paris (1978), também o é em Filosofia pela Universidade de Passo Fundo-RS (1979). Depois da especialização em antropologia filosófica na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1980), o autor obteve, nos idos de 1981, o grau de Mestre em Filosofia pela mesma Universidade Católica, bem como o grau de Doutor, na mesma área, pela Universidade Estadual de Campinas (1996).